Eis que a história se repete. Quem conhece a história de Roma, é perfeitamente capaz de entender a história do Brasil com "Z". Nós,na verdade somos os eternos culpados por tudo que está acontecendo. Não venhamos com ilações, tentando nos desculpar. Não, somos culpados. Culpados na medida em que vamos às​ urnas e colocamos nos órgãos públicos homens que já sabíamos deantemão, não serem probos. Roma, desatou no desespero e no inferno político, porque postava sobre o coletivo o interesse individual. Não sejamos hipócritas, fizemos a mesma coisa. Não há desculpa que nos possa absolver, muito embora aqueles detentores do poder, também não se possam desculpar.

É demasiadamente triste, vislumbrar-mos a situação deste país de terceiro mundo. Um país rico em recursos minerais, rico em recursos hídricos, e de gente inteligente. A "burrice", reside em não nos lembrar-mos das lições de mestres tal qual Monteiro Lobato, "um país se faz com homens e livros". Passei pela ditadura militar, ouvindo Geraldo Vandré, Chico Buarque de Holanda, e lendo poetas do naipe de Ferreira Goulart. Vislumbrei festivais, onde fora declamado "a vida não se resume em festivais". Sem qualquer demérito de qualquer estilo musical ou poético, acompanhei a música brasileira seguir estilos que nada, vezes nada, acrescentam ou acrescentaram aos nossos jovens, aos nossos filhos.

Enfim, por maior descredito, devo admitir, que essa geração é produto do meio. Dela faz parte meu filho, conquanto, desesperadamente, eu lhe tenha aconselhado a manusear um livro. Não há Justiça na medida certa, entre os homens desta terra. Os ultilitaristas, certeiramente, devem estar se regogizando. Exatamente o que desejavam, que se atirem os cristãos na arena. Um país que não gosta de livros, um povo que prefere o futebol ao invés de se debruçar sobre um livro, não merece destino melhor.

As prisões repletas, sob os auspícios do famigerado princípio de recuperação social, a midiatização do crime, rende milhões de reais, àqueles que nunca se sentaram nos bancos de uma faculdade de direito,  àqueles que nunca leram um livro como de Clarence Darrow, e que portanto se acham no pedestal de criticar sem conhecimento de causa. Minha "revolta", vem de minha própria ignorância, de nossa ignorância, levando em consideração, que nós mesmos somos culpados de tudo. Que nas próximas eleições, não compareçamos nas urnas, em sinal de último protesto. 

Dr. Sílvio Lopes de Almeida Neto é um renomado advogado com vinte e cinco anos de atuação na área criminal. Ele adora defender seu semelhante e, além dessa bonita profissão, gosta de escrever crônicas nos momentos de lazer. Ele é casado com a rioesperense Drª Sara Miranda, reside na maravilhosa cidade de Rio Espera e é colunista em nosso portal de notícias.