Cultura

Plebe Rude encerra Festival de Inverno em Congonhas

24/07/2017

Após 17 dias de muita efervescência cultural, Congonhas se despediu da XXII edição do Festival de Inverno. O encerramento ficou por conta da banda de punk rock Plebe Rude, que se apresentou na noite deste domingo (23) para um público engajado e preocupado com o destino da nação. Este ano o evento contou com 36 bandas, oito interferências teatrais de Congonhas, três espetáculos de teatro adulto, outros seis infantis, além de rua de lazer e duas exposições.

O contraponto à imensa maioria de artistas locais presentes ao Festival foi a apresentação do violeiro Chico Lobo, a banda de Rock and Roll de C. Lafaiete, Mago Zen, e duas atrações de reconhecimento nacional. Nesse sábado, a Romaria recebeu o show “Baculejo Da De Sá". Pela primeira vez em Congonhas, a renomada cantora Sandra de Sá apresentou um show repleto de boa música, poesia e com diversos convidados, numa mistura envolvente de samba, rock e muito swing. "É um prazer cantar nessa cidade, terra de cultura, terra de Aleijadinho!", declarou a cantora durante sua apresentação.

 

Integrante da chamada “Geração 80”, Plebe Rude foi a última banda a se apresentar no domingo à noite. O repertório do grupo que, como vários outros surgiu em Brasília no final do período militar, aponta para as incertezas políticas do País desde aquela época. “É um barato chegar a Congonhas e nos apresentar, ver esta gente e passar a mensagem da Plebe. Talvez das bandas que surgiram na década de 1980 a Pleb seja a que mais se dedica à crítica política e social e pagamos um preço por isso. Temos de cobrar coerência de nossos políticos, de nossas famílias e até dos artistas. Gostei do que vi aqui no Festival porque ele traz artistas que têm o que dizer em forma de arte, além de divertir as pessoas. Agradeço por ser músico, porque minha profissão me leva a cidades como Congonhas, onde posso ver de perto obras como os Profetas de Aleijadinho”, comentou o vocalista e guitarrista, Philippe Seabra.

As entidades APAE, Sociedade São Vicente de Paulo (SSVP) e Paróquia de São José Operário arrecadaram recursos durante as duas últimas noites de shows na Romaria, comercializando comida e bebida, que as ajudarão em suas despesas.

 

Já a secretária municipal de Cultura, Miriam Palhares, considera que esta edição foi uma das melhores dos últimos anos. “Digo isso porque as pessoas foram para as ruas, prestigiando os shows, inclusive os do Congonhas Motofest no primeiro fim de semana no Parque da Cachoeira, da Noite Gospel, as intervenções e os espetáculos de teatro. A criançada teve seis dias dedicados a elas na praça JK, na praça Dom Oscar, nas da Vila São Vicente e durante o espetáculo “O Sítio”, no Sítio do Zezeca. A população prestigiou os artistas pratas da casa. Contamos com duas exposições: a Exposição “Grão de Poeira”, no Ateliê Kayab, e outra de orquídea. Oferecemos oficinas para todas as faixas etárias e gostos não só na sede do Município como no Pires, Joaquim Murtinho, Jardim Profeta, Lobo Leite e Nova Cidade. Muitas delas que proporcionaram qualificação profissional para gerar renda às pessoas. Toda a programação fomenta as economias formal e informal. Enfim, a população aguarda o festival e participa dele de alguma forma: como artista, público, ministrando ou participando das oficinas. Enquanto isso, nós dos diversos setores da Prefeitura temos o maior prazer de organizar o festival, para animar as férias de julho e contribuir para a cultura da cidade. Agradeço à Vale pelo patrocínio e a todos que nos ajudaram mais uma vez na realização do Festival”, diz.

O Festival de Inverno de Congonhas é realizado pelo Governo Municipal, por meio da Secretaria de Cultura e apoio dos outros setores da Prefeitura, promoção da Rádio Educativa (97.5Mhz), apoio do Conselho Municipal de Cultura e patrocínio da Vale.