Estava contemplando a possibilidade de um plebiscito, ou seja, de ocorrer um voto expresso diretamente pelo povo. Ora essa! Por quê? A ideia veio bordada na cara das pequenas crianças que são a poesia sincera de Rio Espera. Sei lá se vai bem o pensamento. As estátuas do poder, quase inexistentes, inertes e que profanam, não contam mais histórias, aliás, detestam a história ou que se saiba sobre ela. Vislumbrava, outrossim, livros espirituosos, livros amigos, carrancudos e outros que apenas repetiam palavras, expressões no princípio de cada membro de um período, ou no princípio de cada verso.

Anáfora sem graça. Por meio de Monteiro Lobato, Gonçalves Dias, do poeta Carlos, tomei conhecimento da solidão de suas palavras, de suas páginas, de seus livros. Estanque, esse monopólio de poucos, o hábito de ler, produz uma geração de zumbis, amalgamada, misturadas confusamente, sem a menor capacidade de redigir qualquer texto. Sendo filho da pátria amada, contudo, não desisto nunca. Nesse embrolho todo, a velha cantilena ou canto arrastado e monótono, essa narração fastidiosa, encontra a resistência de mentes brilhantes. Levanto-me a lhes prestar homenagens.

Valho-me dos nomes do 3º Sargento Wandercy Lelis da Silva comandante do destacamento da polícia militar em Rio Espera e da diretora Marta Isabel de Miranda Silveira, Escola Estadual Major Miranda. Promovendo o Projeto Biblioteca Rural Itinerante da Polícia Militar, estão calando a meia-voz da ignorância, estão criando a espinha dorsal de uma cidade melhor, de crianças que serão homens e mulheres melhores. Que o exemplo possa ser seguido, outrossim, pelos poderes constituídos de tal sorte que alcance todo rincão, recanto, lugar afastado, do Brasil. Feito isso, sem sombra de qualquer dúvida, construir-se-á menos presídios e mais escolas e mais universidades, dirimindo o conflito social; enfim, uma arribação, mas definitiva de cultura. Fica a lembrança “Um país se faz com homens e livros”. Felicitações aos personagens deste artigo que de certo estão lutando para modificar o cenário triste do Brasil.

Dr. Sílvio Lopes de Almeida Neto é um renomado advogado com vinte e cinco anos de atuação na área criminal. Ele adora defender seu semelhante e, além dessa bonita profissão, gosta de escrever crônicas nos momentos de lazer. Ele é casado com a rioesperense Drª Sara Miranda, reside na maravilhosa cidade de Rio Espera e é colunista em nosso portal de notícias.