Congonhas

Produção mineira "Difícil É Não Brincar" é selecionada para o Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo

Entre minas e minérios, crianças brincam e revelam seus sonhos e pesadelos, apostando que até nas adversidades, difícil mesmo é não brincar.

07/08/2020

O curta Difícil É Não Brincar registra a infância em três distritos do interior de Minas Gerais em que a produção de minério é a principal atividade econômica. Dar voz às crianças é o principal objetivo do filme. “Meu desejo era torná-las protagonistas, narradoras e produtoras das sequências. A brincadeira foi o modo de obter isso de forma espontânea e criativa”, conta Papoula Bicalho, que concebeu e dirigiu o filme. “Quando as crianças brincam, liberam o seu imaginário e mostram de forma sensível os desejos, sonhos e pesadelos que as animam ou afligem. Você passa a ver a criança sem as máscaras impostas por certa cultura ou religião, pela família, por hábitos e costumes. Elas estão ali, inteiras, inventivas”. 

O curta terá sua estreia mundial no 31º Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo, que ocorre entre 20 e 30 de agosto deste ano, na Mostra Infanto-Juvenil.

 Ambientado nesse universo lúdico das brincadeiras da infância, o enredo traz à tona várias nuances desta fase da vida e levanta questões pessoais e sociais que as crianças enfrentam: as inseguranças, a adaptação a diferentes realidades das comunidades, os sonhos que dividem espaço com incertezas do futuro e as delícias de ser criança e poder, mesmo nas adversidades, inventar mundos possíveis, brincando.

Participaram das filmagens mais de 90 crianças de Miguel Burnier, Motta e Lobo Leite, distritos dos municípios de Ouro Preto e Congonhas, Minas Gerais. Os pontos de partida para a construção do enredo foram provocações e desafios que pudessem resultar em brincadeiras e depoimentos significativos para desvendar anseios, intimidações, prazeres e desejos que se apoderam dessas crianças no dia-a-dia. “O narrador do filme é a ação delas em meio aos colegas, amigos e à paisagem dos locais onde vivem”, explica Papoula Bicalho.

O filme contou com direção de produção de Janice Miranda, apoio institucional do Museu de Congonhas, parceria com a comunidade escolar dos distritos Miguel Burnier, Motta e Lobo Leite, distritos dos municípios de Ouro Preto (MG) e Congonhas (MG), realização da Luz Comunicação, com patrocínio da Gerdau. Link para trailer:

Ficha técnica: 

Concepção, roteiro, direção, trilha, montagem: Papoula Bicalho. Assistência de direção: Bruno Madeira, Zé Paulo Osório. Direção de produção: Janice Miranda. Produção: Fabrício Kind, Nathália Rezende Santos, Valdirene Andrade. Captação de imagem e som: Eliane Gouvêa, Papoula Bicalho, Rodrigo Gouvêa, Zé Paulo Osório. Tratamento e masterização de som: André Cabelo. Transporte: Edgard Magalhães, João Batista De Magalhães. Apoio institucional: Museu de Congonhas. Realização: Luz Comunicação. Patrocínio: Gerdau. Ano de realização: 2020.