Cultura

Tributo celebra a história de Dom Silvério e o Dia da Consciência Negra

17/11/2016

O legado de Dom Silvério e sua importância para a história de Congonhas foram celebrados durante o 4° Tributo dedicado a este congonhense, que foi o primeiro bispo negro da Igreja Católica. O evento, realizado no feriado do dia 15 de novembro, no Cine Teatro Leon, contou com apresentações do Nação HipHop, de alunas da Escola Municipal Fortunata de Freitas Junqueira e do cantor Maurício Tizumba, acompanhado pelo grupo Tambor Mineiro. Também foi celebrada uma Missa, ministrada pelo Padre Paulo Barbosa e com participação das Mucamas de Nossa Senhora do Rosário e da Guarda de Marujo de Santa Efigênia.

A homenagem, promovida pela Paróquia Nossa Senhora da Conceição, em parceria com as secretarias municipais de Educação e Cultura, faz parte das programações pelo Dia Nacional da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro.

Para o ator e cantor, Maurício Tizumba, homenagear Dom Silvério é debater, também, a história do racismo e da resistência negra no Brasil. "Como se trata de um padre negro e da resistência negra, não posso deixar de cantar músicas do povo negro, que é essa música dos congadeiros. Eu não vivo, não viajo, não faço shows se não tiver músicas do meu povo, da minha história. Para mim, é uma alegria estar em um evento como este, que tem uma administração que valoriza a consciência negra e a igualdade racial", completa.

Segundo o Padre Paulo Barbosa, pároco da Matriz de Congonhas, o tributo marca três aspectos: a história de Som Silvério, com a revalorização da cultura; o Dia da Proclamação da República, já que o bispo foi um homem que marcou a história da cidade por sua cidadania; e, por fim, o Dia Nacional da Consciência Negra, com a exaltação de Zumbi dos Palmares, lembrando a luta contra o racismo.

O pároco também elogiou o Governo Municipal que, por meio da Secretaria Municipal de Educação (SME), incluiu a história de Dom Silvério no currículo escolar. "Isso, para nós, é muito importante porque mostra essa personalidade. Os alunos que entram na escola de Congonhas terão um exemplo. Com certeza Dom Silvério é o maior ícone da história do Município. Isso traz maior benefício para a educação e a cultura de Congonhas", destaca.

Durante o ano, os professores das escolas da rede municipal de ensino estudaram com os alunos dos 4º e 7º anos a história deste religioso e intelectual, conhecido como "Profeta Negro". Os alunos dos 7º anos também foram acompanhados pelos profissionais do Grupo de Referência de Igualdade Étnica Racial (Grier).

 

Exposição

Para lembrar a história do ilustre congonhense Dom Silvério Gomes Pimenta, que foi o primeiro bispo negro da Igreja Católica e a primeira autoridade eclesiástica do Brasil na Academia Brasileira de Letras, 15 alunos do Projeto Arte na Escola, da Secretaria Municipal de Educação, deixaram expostos quadros com desenhos sobre o religioso e intelectual.

Esses trabalhos continuarão expostos até o dia 25 deste mês, no Museu da Imagem e Memória, localizado na Ladeira Histórica.