Colunista - Miriam Taciana Miranda Cruz

A BUSCA PELA FELICIDADE

Texto escrito por Miriam Taciana Miranda Cruz em parceria com Rivelino da Cruz Miranda.

05/04/2022

Começamos este texto com uma reflexão. O que é a felicidade para você? É bem provável que você já tenha se perguntado sobre isso, mas será que a conclusão obtida a partir dessa reflexão lhe trouxe os resultados esperados? Será que a Filosofia pode te ajudar de alguma maneira a alcançar a felicidade?

Desde Sócrates, filósofo grego, a Filosofia passou a se preocupar com as questões relacionadas à forma de viver, ou seja, uma vida ética, uma vida em que nossas ações sejam compostas de escolhas mais racionais, pois a ética se refere aos conceitos de certo e errado, e fazer o certo nem sempre é prazeroso. Pense em um pai que corrige seu filho por alguma falha – esse pai estará fazendo o certo, mas é pouco provável que sinta prazer em aplicar limites.

Aprofundando um pouco mais no assunto, Aristóteles, outro filósofo grego, nos apresenta que a felicidade é a finalidade das ações humanas, o maior dos bens. Então, podemos observar que o que significa felicidade para um, pode não ser para o outro, mas concordemos que ninguém vive para ser infeliz. Cada escolha, cada busca e sonhos vão em direção à realização desse estado de felicidade. O emprego dos sonhos, os bens materiais, a família, a fama são todos caminhos para a felicidade, mas esta não pode estar condicionada a eles, pois esses meios acabam sendo precários e passageiros, ou então não haveria “famosos” infelizes, ou famílias “comuns” felizes.

Apesar, ou em razão de tantas perdas vivenciadas na atualidade, muitas pessoas continuam buscando a felicidade como um fim. Sem, no entanto, conseguir enxergar que ela pode estar ou não presente em nossas vidas, a depender de diversos fatores, sejam eles internos ou externos ao indivíduo.

O que ocorre muitas vezes quando não conseguimos com frequência alcançar estados de felicidade é que algumas necessidades humanas possam não estar sendo atendidas, ou mesmo reconhecidas, ou ainda, que outras emoções como os medos que paralisam a vida, possam estar prevalecendo.

Desse modo, muitas vezes para alcançarmos a felicidade não dependemos exclusivamente de nós mesmos, mas também, em parte, do bem-estar coletivo, das relações que estabelecemos com os outros e com o meio no qual estamos inseridos. Reflita em como seria difícil uma pessoa ser feliz em um ambiente hostil de guerra, ou numa família onde as brigas, a falta de respeito, de amor e união são constantes...

No que depende de nós, parece fazer algum sentido vivenciar com mais presença a nossa vida hoje, e perceber as coisas pelas quais possamos agradecer sem muito esforço. Desde aquelas bem comuns, até às grandiosas. Ainda que não se tenha nada em mente de imediato para tanto, vale a pausa para perceber a si mesmo e como tem encarado essa tal felicidade.

 

Míriam Taciana Miranda Cruz é Advogada, Especialista em mediação de conflitos e mediadora extrajudicial. Veja bio completa no texto de apresentação da colunista.

 

 

Rivelino da Cruz Miranda é formado em História pela UFSJ. Pós-graduado em História do Brasil e saberes indígenas. Professor de História no Colégio Educar e Filosofia e Sociologia no Instituto Educacional Margarida Rezende (IEMAR).